quarta-feira, 7 de julho de 2010

ATIVIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO ORIENTADA
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

Discente – Maria Ângela Afonso Pereira

1º) Faça uma análise sobre o processo de alienação citado por Hanna Arendt no livro “O que é política”, destacando a relação desse processo com o preconceito contra a política. Explique de que forma a desconstrução desse preconceito pode ser relevante para uma nova perspectiva política para a humanidade.
Depois de introduzir muito novos conceitos lingüísticos ao glossário político e ainda rever os já existentes, Hannah Arendt passa a tratar da inversão do valor social da Vita Activa entre a antiguidade clássica e a era moderna. Compreendeu, por exemplo, que a esfera pública da antiguidade era ocupada obrigatoriamente por homens livres e, a condição para que estes assim o fossem era a de não laborarem por seu sustento. Isto se deve ao fato de, nestas sociedades, a vida privada e seus individualismos serem tidas como inferiores à vida pública.
A era moderna, segundo Hannah Arendt não apenas diluiu a antiga divisão entre o privado e o público, mas também alterou o significado dos dois termos e a sua importância para a vida do cidadão. Com o trabalho transferido para o espaço público de relações, graças ao nascimento das fábricas, muito do que se entendia como público tornou-se privado e muito do que era privado tornou-se público, com perda para ambos. A Res Publica com isso, deixou de ser o fator principal que movia os homens o pensamento plural - como dizia Hannah – deixou de existir. O lugar onde os homens exerciam sua liberdade – que, para ela, só é possível assim – foi destruído e dele restou apenas uma geral alienação do mundo, uma sociedade de operários (laboradores) que anseiam utopicamente uma sociedade sem trabalho, sendo que, estes mesmos homens já haviam perdido completamente o domínio sobre qualquer outra forma de organização social.
A aspecto mais conclusivo e impressionante no pensamento de Hannah Arendt é sem dúvida o político. Seu desenvolvimento filosófico foi desvendar através da mecânica dos fatos políticos o lugar onde o a humanidade realmente se situa. Por fim, os conjuntos de fatos que nos fizeram livres são os mesmos que não conseguiram legitimar nossa liberdade já que no processo revolucionário perderam-se, na práxis, os conceitos de público/privado, autoridade/ força, bem como os de cultura, política e até de Estado.
Nada é tão identificável com a Arendt, a redescoberta da sabedoria acontecerá com os que resgatarem a plena realidade de seu ser concreto que ressurge quando situamos nosso pensamento na lacuna temporal entre o passado e o futuro.

2º) Ao discutir o tema “ideal político”, o professor Francis Wolff conclui: O “ideal político” só pode existir sem a submissão a um poder externo à comunidade e deve ser exercido coletivamente por cada indivíduo a partir do auto-governo.
Analise os dois exemplos de sociedade citados por Wolf no ensaio “a invenção da política”, destacando de que forma essas sociedades se organizaram com o objetivo de construir uma comunidade política que garantisse a qualidade de vida dos seus integrantes.
Em busca da essência do político, discute-se a necessidade de pensar a política para além dos preconceitos que a caracterizam no senso comum, mostrando que historicamente ela se efetiva quando uma comunidade mostra-se capaz de constituir uma unidade, uma esfera pública, seja pela ação cidadã, em termos de autogoverno, seja pela necessidade de um poder externo e coativo, característico da “cidadania” passiva.
A natureza humana é individualista e egoísta E os interesses públicos DEVEM ESTAR acima dos interesses privados, só podem ser pensadas e efetivadas a partir de uma educação intensiva e extensiva capaz de superar o individualismo egoísta em prol da cidadania ativa.
Para Francis Wolff um poder governamental deve ser movido pelo intuito de manter a ordem; o exercício do poder político mantém uma ordem pré-estabelecida proporcionando elementos mínimos de legitimação das decisões governamentais, ou simplesmente a governabilidade.
O governo, representativo de indivíduos possuidores de direitos privados, expressaria uma concepção defensiva de cidadania, assentada em interesses econômicos. A esfera privada fica, assim, submetida à ótica da deliberação coletiva e os direitos serão definidos pela vontade política prevalecente e não por alguma determinação pré-política.

3º) “O grande problema de mensurar os fenômenos mentais não incide somente no fato de serem impossíveis de ser medidos, mas também na natureza subjetiva e privada dos mesmos”
Analise a frase acima na perspectiva da Filosofia da mente, tendo por base a relação mente X cérebro
Filosofia da mente é o estudo filosófico dos fenômenos psicológicos, incluindo investigações sobre a natureza da mente e dos estados mentais em geral. A filosofia da mente envolve estudos metafísicos sobre o modo de ser da mente, sobre a natureza dos estados mentais e sobre a consciência.
A mente tida como uma máquina pensante, complexa e individual, tem sido alvo de diversos estudos porém, pouco ainda se sabe dessa tao misteriosa parte do ser humano. Diferentemente de algo estrutural, de algo que pode ser visto com o desenvolvimento da neuroimagem, a mente é algo subjetivo, sendo analisada apenas atraves de observações feitas periodicamente, ao longo do tempo. A investigação filosófica sobre a mente não implica nem pressupõe que exista alguma entidade — uma alma ou espírito — separada ou distinta do corpo ou do cérebro, e está relacionada a vários estudos da ciência cognitiva, da neurociência, da lingüística e da inteligência artificial.
Mente é o estado da consciência ou subconsciência que possibilita a expressão da natureza humana. ' Etimologicamente, o termo vem do latim mèntem, que tem o significado de pensar, conhecer, entender. É o termo mais comumente utilizado para descrever as funções superiores do cerebro humano relacionadas a cognição e comportamento
De um ponto de vista filosófico, pode-se dizer que a função mais importante do cérebro é servir como estrutura física subjacente da mente. Do o ponto de vista biológico, entretanto, a função mais importante do cérebro é a de gerador de comportamentos que promovam o bem-estar de um animal. O cérebro controla o comportamento, seja ativando músculos, seja causando a secreção de substâncias químicas. Por fim, ainda nos restam inumeras dúvidas sobre o que realmente é a mente e seus eventos causais, se a mente é separada do físico, ou se é algo que caminha junto, mas uma coisa é certa, nada é tão misterioso, intrigante e de uma complexidade incrível como a mente humana.

4º) Segundo Sócrates, a essência do conhecimento já existe inata no sujeito, sendo necessária a dúvida para a construção do aprendizado (método maiêutico). Já para Aristóteles o conhecimento da realidade vem pela experiência, o que ele chama de “intelecto ativo”. Trazendo esses olhares para a contemporaneidade e à luz da Filosofia da Educação, aponte a contribuição desses pensadores para a práxis pedagógica atual.
Sócrates acreditava que a natureza humana levava as pessoas a agir corretamente e de acordo com o conhecimento. Achava que as ações más e erradas originavam-se da ignorância e do fracasso em descobrir por que as pessoas agiam dessa forma. Consta que afirmou que "uma vida sem investigação não vale a pena ser vivida" e "nenhum homem faz o mal conscientemente". Sócrates devotou-se inteiramente à busca da verdade e do bem.
Desenvolveu um método prático baseado no diálogo e no questionamento e que tem a razão como seu fundamento principal. Seu método consta de duas fases: a ironia e a maiêutica.
A primeira fase, o objetivo fundamental, é a análise de definições concretas, a qual reconhece nossa ignorância diante das definições que estamos buscando. Só quando reconhecemos nossa ignorância é que estamos aptos a buscar a verdade. A segunda fase consiste propriamente na busca da verdade, na definição universal. Neste sentido Sócrates propôs a maiêutica, que em grego significa “parto das idéias”. A maiêutica tinha por finalidade levar as pessoas a desenvolverem suas idéias e a darem à luz a novas idéias.
Aristóteles procura resolver o problema do conhecimento do ser a partir das antinomias acumuladas por seus predecessores: unidade e multiplicidade, percepção intelectual e percepção sensível, identidade e mudança, problemas fundamentais, ao mesmo tempo, do ser e do conhecimento.
Para Aristóteles o intelecto ativo é responsável por fazer juízos e proposições. Ou seja, a síntese de conceitos que podem ser verdadeiros ou falsos. Através da dedução silogística é possível chegar a classificações verdadeiras.
O intelecto passivo capta as formas inteligíveis passivamente. Essa seria uma das características do intelecto. Por mais que o intelecto se distingua da sensação, as imagens mentais funcionam como sensações que "afetam" o intelecto da mesma maneira que os objetos sensíveis afetam os sentidos.
Sócrates e Aristóteles foram grandes mestres, dedicados à prática do ensino. Aristóteles afirmava que o objetivo da educação é fazer as pessoas virtuosas.
A educação é caracterizada pela delimitação de um objeto a ser estudado e a utilização de linguagem e métodos rigorosos que permitam a descoberta das regularidades existentes nos fatos. Todos os povos têm uma educação transmitida muitas vezes de maneira espontânea. Diante disso, cabe ao filósofo acompanhar, reflexiva e criticamente a ação pedagógica de modo a promover a passagem dessa educação guiada pelo senso comum para uma educação sistematizada. A filosofia da educação desempenha papel importante para denunciar as formas ideológicas, graças ao seu poder de questionamento do que seja educação, não permitindo que a pedagogia se torne dogmática, nem que a educação se transforme em adestramento.
ATIVIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO ORIENTADA
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

Discente – Maria Ângela Afonso Pereira

1º) Faça uma análise sobre o processo de alienação citado por Hanna Arendt no livro “O que é política”, destacando a relação desse processo com o preconceito contra a política. Explique de que forma a desconstrução desse preconceito pode ser relevante para uma nova perspectiva política para a humanidade.
Depois de introduzir muito novos conceitos lingüísticos ao glossário político e ainda rever os já existentes, Hannah Arendt passa a tratar da inversão do valor social da Vita Activa entre a antiguidade clássica e a era moderna. Compreendeu, por exemplo, que a esfera pública da antiguidade era ocupada obrigatoriamente por homens livres e, a condição para que estes assim o fossem era a de não laborarem por seu sustento. Isto se deve ao fato de, nestas sociedades, a vida privada e seus individualismos serem tidas como inferiores à vida pública.
A era moderna, segundo Hannah Arendt não apenas diluiu a antiga divisão entre o privado e o público, mas também alterou o significado dos dois termos e a sua importância para a vida do cidadão. Com o trabalho transferido para o espaço público de relações, graças ao nascimento das fábricas, muito do que se entendia como público tornou-se privado e muito do que era privado tornou-se público, com perda para ambos. A Res Publica com isso, deixou de ser o fator principal que movia os homens o pensamento plural - como dizia Hannah – deixou de existir. O lugar onde os homens exerciam sua liberdade – que, para ela, só é possível assim – foi destruído e dele restou apenas uma geral alienação do mundo, uma sociedade de operários (laboradores) que anseiam utopicamente uma sociedade sem trabalho, sendo que, estes mesmos homens já haviam perdido completamente o domínio sobre qualquer outra forma de organização social.
A aspecto mais conclusivo e impressionante no pensamento de Hannah Arendt é sem dúvida o político. Seu desenvolvimento filosófico foi desvendar através da mecânica dos fatos políticos o lugar onde o a humanidade realmente se situa. Por fim, os conjuntos de fatos que nos fizeram livres são os mesmos que não conseguiram legitimar nossa liberdade já que no processo revolucionário perderam-se, na práxis, os conceitos de público/privado, autoridade/ força, bem como os de cultura, política e até de Estado.
Nada é tão identificável com a Arendt, a redescoberta da sabedoria acontecerá com os que resgatarem a plena realidade de seu ser concreto que ressurge quando situamos nosso pensamento na lacuna temporal entre o passado e o futuro.

2º) Ao discutir o tema “ideal político”, o professor Francis Wolff conclui: O “ideal político” só pode existir sem a submissão a um poder externo à comunidade e deve ser exercido coletivamente por cada indivíduo a partir do auto-governo.
Analise os dois exemplos de sociedade citados por Wolf no ensaio “a invenção da política”, destacando de que forma essas sociedades se organizaram com o objetivo de construir uma comunidade política que garantisse a qualidade de vida dos seus integrantes.
Em busca da essência do político, discute-se a necessidade de pensar a política para além dos preconceitos que a caracterizam no senso comum, mostrando que historicamente ela se efetiva quando uma comunidade mostra-se capaz de constituir uma unidade, uma esfera pública, seja pela ação cidadã, em termos de autogoverno, seja pela necessidade de um poder externo e coativo, característico da “cidadania” passiva.
A natureza humana é individualista e egoísta E os interesses públicos DEVEM ESTAR acima dos interesses privados, só podem ser pensadas e efetivadas a partir de uma educação intensiva e extensiva capaz de superar o individualismo egoísta em prol da cidadania ativa.
Para Francis Wolff um poder governamental deve ser movido pelo intuito de manter a ordem; o exercício do poder político mantém uma ordem pré-estabelecida proporcionando elementos mínimos de legitimação das decisões governamentais, ou simplesmente a governabilidade.
O governo, representativo de indivíduos possuidores de direitos privados, expressaria uma concepção defensiva de cidadania, assentada em interesses econômicos. A esfera privada fica, assim, submetida à ótica da deliberação coletiva e os direitos serão definidos pela vontade política prevalecente e não por alguma determinação pré-política.

3º) “O grande problema de mensurar os fenômenos mentais não incide somente no fato de serem impossíveis de ser medidos, mas também na natureza subjetiva e privada dos mesmos”
Analise a frase acima na perspectiva da Filosofia da mente, tendo por base a relação mente X cérebro
Filosofia da mente é o estudo filosófico dos fenômenos psicológicos, incluindo investigações sobre a natureza da mente e dos estados mentais em geral. A filosofia da mente envolve estudos metafísicos sobre o modo de ser da mente, sobre a natureza dos estados mentais e sobre a consciência.
A mente tida como uma máquina pensante, complexa e individual, tem sido alvo de diversos estudos porém, pouco ainda se sabe dessa tao misteriosa parte do ser humano. Diferentemente de algo estrutural, de algo que pode ser visto com o desenvolvimento da neuroimagem, a mente é algo subjetivo, sendo analisada apenas atraves de observações feitas periodicamente, ao longo do tempo. A investigação filosófica sobre a mente não implica nem pressupõe que exista alguma entidade — uma alma ou espírito — separada ou distinta do corpo ou do cérebro, e está relacionada a vários estudos da ciência cognitiva, da neurociência, da lingüística e da inteligência artificial.
Mente é o estado da consciência ou subconsciência que possibilita a expressão da natureza humana. ' Etimologicamente, o termo vem do latim mèntem, que tem o significado de pensar, conhecer, entender. É o termo mais comumente utilizado para descrever as funções superiores do cerebro humano relacionadas a cognição e comportamento
De um ponto de vista filosófico, pode-se dizer que a função mais importante do cérebro é servir como estrutura física subjacente da mente. Do o ponto de vista biológico, entretanto, a função mais importante do cérebro é a de gerador de comportamentos que promovam o bem-estar de um animal. O cérebro controla o comportamento, seja ativando músculos, seja causando a secreção de substâncias químicas. Por fim, ainda nos restam inumeras dúvidas sobre o que realmente é a mente e seus eventos causais, se a mente é separada do físico, ou se é algo que caminha junto, mas uma coisa é certa, nada é tão misterioso, intrigante e de uma complexidade incrível como a mente humana.

4º) Segundo Sócrates, a essência do conhecimento já existe inata no sujeito, sendo necessária a dúvida para a construção do aprendizado (método maiêutico). Já para Aristóteles o conhecimento da realidade vem pela experiência, o que ele chama de “intelecto ativo”. Trazendo esses olhares para a contemporaneidade e à luz da Filosofia da Educação, aponte a contribuição desses pensadores para a práxis pedagógica atual.
Sócrates acreditava que a natureza humana levava as pessoas a agir corretamente e de acordo com o conhecimento. Achava que as ações más e erradas originavam-se da ignorância e do fracasso em descobrir por que as pessoas agiam dessa forma. Consta que afirmou que "uma vida sem investigação não vale a pena ser vivida" e "nenhum homem faz o mal conscientemente". Sócrates devotou-se inteiramente à busca da verdade e do bem.
Desenvolveu um método prático baseado no diálogo e no questionamento e que tem a razão como seu fundamento principal. Seu método consta de duas fases: a ironia e a maiêutica.
A primeira fase, o objetivo fundamental, é a análise de definições concretas, a qual reconhece nossa ignorância diante das definições que estamos buscando. Só quando reconhecemos nossa ignorância é que estamos aptos a buscar a verdade. A segunda fase consiste propriamente na busca da verdade, na definição universal. Neste sentido Sócrates propôs a maiêutica, que em grego significa “parto das idéias”. A maiêutica tinha por finalidade levar as pessoas a desenvolverem suas idéias e a darem à luz a novas idéias.
Aristóteles procura resolver o problema do conhecimento do ser a partir das antinomias acumuladas por seus predecessores: unidade e multiplicidade, percepção intelectual e percepção sensível, identidade e mudança, problemas fundamentais, ao mesmo tempo, do ser e do conhecimento.
Para Aristóteles o intelecto ativo é responsável por fazer juízos e proposições. Ou seja, a síntese de conceitos que podem ser verdadeiros ou falsos. Através da dedução silogística é possível chegar a classificações verdadeiras.
O intelecto passivo capta as formas inteligíveis passivamente. Essa seria uma das características do intelecto. Por mais que o intelecto se distingua da sensação, as imagens mentais funcionam como sensações que "afetam" o intelecto da mesma maneira que os objetos sensíveis afetam os sentidos.
Sócrates e Aristóteles foram grandes mestres, dedicados à prática do ensino. Aristóteles afirmava que o objetivo da educação é fazer as pessoas virtuosas.
A educação é caracterizada pela delimitação de um objeto a ser estudado e a utilização de linguagem e métodos rigorosos que permitam a descoberta das regularidades existentes nos fatos. Todos os povos têm uma educação transmitida muitas vezes de maneira espontânea. Diante disso, cabe ao filósofo acompanhar, reflexiva e criticamente a ação pedagógica de modo a promover a passagem dessa educação guiada pelo senso comum para uma educação sistematizada. A filosofia da educação desempenha papel importante para denunciar as formas ideológicas, graças ao seu poder de questionamento do que seja educação, não permitindo que a pedagogia se torne dogmática, nem que a educação se transforme em adestramento.